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Que tal pedir ajuda à tecnologia?

Quem conhece melhor o seu negócio: você ou o seu sistema de informação?

Se você escolheu a primeira opção, talvez seja a hora de rever os seus conceitos. Em diversas situações, um simples algoritmo processado por uma máquina tem um poder preditivo muito superior à mente humana. E a razão disso é muito mais contra intuitiva do que parece: máquinas simplificam o processo.

Um interessante experimento realizado por Orley Ashenfelter, um economista de Princeton, utilizou três conjuntos de informações para prever preços de vinhos Bordeaux: a temperatura média do verão em que as uvas cresceram, a quantidade de chuvas durante a colheita e a quantidade de chuvas do inverno anterior.

Sem nem sentir o cheiro do vinho, Ashenfelter criou uma fórmula matemática que tinha 90% de precisão em suas estimativas do valor de cada garrafa. De posse dos mesmos dados usados pelo pesquisador, os sommeliers mais experientes erraram feio. Com ainda mais informações, eles pioram seus resultados drasticamente.

O psicólogo Daniel Kahneman, Prêmio Nobel em Economia em 2002, explica que o disparate é função do excesso de criatividade dos especialistas. Nestas situações, eles tendem a querer pensar fora da caixa e buscar combinações complexas para fazer suas previsões. Esta tendência funciona para casos incomuns mas, naqueles mais corriqueiros, tendem a reduzir a validade daquilo que se busca antecipar.

Embora tenhamos a predisposição em achar que podemos fazer previsões melhor do que uma máquina, a realidade mostra claramente que não é bem assim. Usar sua intuição para descobrir o melhor dia da semana para uma promoção, ou quanto cobrar para fazer uma entrega, pode estar custando-lhe dinheiro.

Em casos como estes o melhor é deixar o orgulho de lado e pedir a opinião de uma máquina – e gastar seu tempo com aquilo que as máquinas não fazem.