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Dedique-se de corpo e alma – e colha os frutos

A athletic woman rock climbing near Bozeman, Montana.

Uma pesquisa recente da Circle Research revelou que apenas 7% das PMEs globais têm uma ambição relacionada à melhoria social. Elas preferem alcançar o crescimento, satisfazer os clientes, e otimizar os processos de negócio. Isso não me surpreende. Afinal, melhorar a sociedade é uma ambição muito mais “leve”. Ela não consegue entregar o mesmo valor real que o crescimento dos negócios ou a otimização dos processos entrega. Ou consegue?

Atenção ao cliente

Conforme relatório Nielsen de 20141, a finalidade social de uma marca influencia, de fato, as decisões de compra. 55% dos clientes globais online se dizem dispostos a pagar mais por produtos e serviços fornecidos por empresas comprometidas com um impacto social e ambiental positivo. E esse número ultrapassa 60% na Ásia-Pacífico, América Latina e Oriente Médio/África. Seria só o caso de clientes que querem parecer simpáticos nas pesquisas? Ou suas ações confirmam o que dizem?

Cuidado: o mundo está de olho

Há alguns anos, foi exibido um documentário no Reino Unido sobre o uso de trabalho infantil pela Primark, varejista de moda europeia com descontos. O documentário foi visto por 4,2 milhões de pessoas2 – tornando-o o programa mais assistido na época. Na manhã seguinte, o Twitter estava repleto de comentários mordazes dos clientes. Seguiram-se um boicote em massa e uma série de protestos e a reputação da Primark foi bem prejudicada. O varejista foi rápido em responder demitindo fornecedores e criando uma fundação sem fins lucrativos para crianças, mas para muitos o estrago já estava feito.

Gosto pelo comércio ético

O gosto dos clientes por produtos éticos realmente parece aumentar. Veja a Fairtrade: há 50 anos era pouco mais do que um clichê, hoje é a marca ética mais reconhecida no mundo, encontrada em tudo, desde arranjos florais a vinhos finos. E a que ela deve o sucesso? Aos clientes. De acordo com o relatório anual de 2012-13 da Fairtrade International3, os clientes gastaram 4,8 bilhões de euros em produtos da Fairtrade em 2012 e as vendas nos principais mercados aumentaram consideravelmente – provando que há um verdadeiro apetite por produtos de origem ética, mesmo com preços diferenciados.

Ações antiéticas destroem a confiança

As pessoas realmente se preocupam com o que estão consumindo – e mais uma prova veio em janeiro de 2013, quando fabricantes de alimentos do Reino Unido foram atingidos por um grande escândalo. Os clientes descobriram que, em vez de hambúrgueres e lasanha feitos de carne bovina, estavam comendo carne de cavalo – e isso não agradou. De acordo com analistas do setor da Kantar Worldpanel4,os números de vendas anuais de hambúrgueres congelados caíram 41% entre março e abril. Enquanto as vendas de refeições prontas congeladas caíram 11% em março e 15% em abril. Ao todo, os clientes britânicos compraram cerca de 8.000 toneladas a menos de carne vermelha em 2013.

O cuidado compensa

A ética empresarial pode ser uma situação complexa e esses exemplos são apenas uma amostra. O que começam a demonstrar, porém, é que os clientes modernos querem – e esperam – transparência. Querem saber o que estão comprando, de onde vem e como é feito. E confiam que as empresas possam informá-los. Embora possa haver algumas lacunas entre o que os clientes dizem (todos nós queremos ser vistos como éticos e solidários) e o que realmente fazem, ainda há claramente um desejo pela conduta ética das empresas. E, para aquelas que a seguem, há também algumas recompensas consideráveis.

Então, ao considerar sua ambição, tenha uma visão ampla e pense no cenário geral. Pense em como a melhoria da comunidade local, o cuidado com os colaboradores ou o aperfeiçoamento de credenciais ecológicas poderiam ajudá-lo a conquistar clientes, estabelecer sua marca e permanecer à frente da concorrência. Acerte agora e evite muitos problemas futuros – seus clientes estarão de olho em você.

Você pode ler o relatório, “Ambição: por que a ambição é importante e como as PMEs estão atingindo suas metas”, patrocinado pela SAP, em www.urlhere.com.

FONTES:
1http://www.nielsen.com/us/en/press-room/2014/global-consumers-are-willing-to-put-their-money-where-their-heart-is.html
2http://www.theguardian.com/media/2008/jun/24/tvratings.television
3http://www.fairtrade.net/single-view+M5ea61c32635.html
4http://www.bbc.co.uk/news/business-25715666