Reter talentos sempre foi um dos maiores desafios do RH. Com isso em mente, os alunos de MBA da Baylor University realizaram uma série de entrevistas e pesquisas, tanto dentro como fora da SAP, que resultaram em um artigo com dados que mostram como engajamento, confiança e simplificação são importantes para o futuro do trabalho.
Entender a relação entre a simplificação, o envolvimento dos funcionários e a confiança que eles têm na empresa é essencial para contribuir para um melhor funcionamento da organização no futuro.
Engajamento
Engajamento é a conexão emocional que um funcionário tem com sua organização. Essa relação se reflete em crenças positivas, comportamentos e atitudes do empregado. Funcionários altamente engajados são 87% menos propensos a abandonar as empresas em que estão atuando.
Empresas com um alto nível de engajamento têm margens operacionais duas vezes maiores do que as empresas com baixos níveis de engajamento. Da mesma forma, essas empresas obtêm retornos para os acionistas 22% mais elevados do que as com baixo engajamento dos funcionários.
Como as empresas podem conseguir aumentar o nível de engajamento? Durante as entrevistas da pesquisa, os participantes foram convidados a descrever a relação entre simplificação e engajamento. Capacitação e empoderamento foram os temas mais citados, juntamente com simplificação. Para os entrevistados, a simplificação de processos, quando bem implementada, ajuda a aumentar o envolvimento dos funcionários, tendo um efeito adverso quando mal implementada. O engajamento da força de trabalho é um subproduto da simplificação e confiança na liderança.
Confiança
A confiança na organização é um dos elementos essenciais no relacionamento com a força de trabalho. O funcionário precisa ter certeza de que a empresa, representada pela liderança, cumpre o que promete e sabe o que faz, além de sentir que a empresa confia nele para tomar decisões.
A confiança é um dos aspectos mais importantes atribuídos à simplificação bem sucedida nos negócios. Se a empresa não confia na sua equipe, ou se a equipe não tem confiança na liderança e na estratégia da empresa, a simplificação é irrelevante. Segundo a pesquisa, quase metade dos entrevistados acredita que os gestores devem liberar o controle de seus funcionários para que eles tenham a oportunidade de tomar decisões para a organização.
A falta de confiança cria complexidade. Gerentes que não confiam na sua força de trabalho, tendem a criar sistemas rígidos e burocráticos, que dificultam o fluxo de trabalho, em vez de estabelecer um quadro de tomada de decisão flexível que capacita os funcionários. Essas atitudes não agregam valor à organização e acabam frustrando empregados. A liderança precisa entender que confiar nos colaboradores permite que eles façam o seu melhor no trabalho.
Simplificação
Simplificar é eliminar o fútil para incentivar a criação de valor e propósito. Simplificar processos é torná-los mais rápidos, fáceis e eficazes.
Segundo o “Future of Work Study” da SAP, U$237 bilhões serão desperdiçados pelas 200 maiores empresas do mundo a cada ano devido à complexidade.
A simplificação de negócios pode ocorrer de diversas maneiras: racionalizar a experiência do usuário através de múltiplas plataformas, remover processos redundantes ou prolongados e a hierarquia de aprovações, definir uma declaração de missão clara e objetiva, entre outras.
Durante as entrevistas da pesquisa, ficou claro que muitos entrevistados vivenciaram situações em que os funcionários tinham uma visão negativa da palavra “simplificação”. Muitos acreditam que a simplificação era uma forma de justificar demissões ou reduções de função. Por isso, é importante que os líderes esclareçam a metodologia da empresa em relação à simplificação. Existem duas principais metodologias que as empresas adotam quando se trata de simplificação:
- A primeira é sensível ou reativa, uma tomada de decisão para reagir a eventos. Geralmente é incentivada por um momento ruim econômico ou uma gestão errada. Um exemplo seria o corte de gastos e demissão de funcionários. Esse tipo de simplificação responsiva normalmente resulta em maus resultados e é uma solução temporária que leva a força de trabalho a desconfiar da capacidade da liderança.
- A segunda metodologia é estratégica e proativa. Esta abordagem deve estar enraizada na cultura da empresa. Embora a simplificação estratégica exija um investimento inicial e substancial de tempo e esforço da liderança, a médio e longo prazo, a recompensa é muito maior do que uma abordagem reativa. O objetivo dessa metodologia é melhorar continuamente o negócio em termos de velocidade, agilidade e alinhamento. O resultado é mais agilidade na tomada de decisão, o que leva a uma capitalização mais rápida em oportunidades. Além de tornar a empresa mais adaptável as mudanças no mercado e indústria.
Conclusão
Ao compreender as relações entre simplificação de processos, construção da confiança e fortalecimento do engajamento, as empresas conseguirão produzir melhores resultados e entregar cada vez mais valor.