Revoluções tecnológicas podem melhorar nossas vidas em muitos aspectos, mas também podem tornar o mercado de trabalho mais complexo. Já vimos esse cenário durante a Revolução Industrial, quando o trabalho manual foi substituído pelo trabalho mecânico e os artesãos tiveram que se adaptar à nova realidade para sobreviver.
Da mesma forma, hoje vivemos a Revolução Digital. O analógico está sendo substituído pelo digital, a economia compartilhada está reinventando modelos de negócios, e a tecnologia está criando novas funções, enquanto algumas profissões tradicionais estão deixando de existir.
No artigo Racing With and Against the Machine os autores analisaram 674 ocupações do banco de dados da O*NET, e identificaram habilidades em destaque em 2006 e em 2014. Comparando as duas listas, podemos identificar algumas tendências sobre as habilidades da força de trabalho para os próximos anos dentro da Economia Digital.
Competências manuais
Tarefas que exigem trabalho manual humano estão perdendo espaço nos processos, sendo substituídas pela automação mecânica. Para o futuro, a tendência é que a tecnologia nos permita realizar também tarefas cada vez mais complexas e intuitivas. Os carros autodirigíveis estão deixando de ser apenas protótipos e já são uma promessa das montadoras para 2016. O profissional da Economia Digital deve focar seus esforços no trabalho inteligente, poupando energia e conhecimento para inovação e aprimoramento de processos.
Percepção
Um dos avanços tecnológicos mais surpreendentes é a capacidade de percepção das máquinas. A tecnologia in-memory é a nova intuição das empresas. Sistemas são capazes de acessar experiências passadas e utilizá-las para melhorar experiências futuras, e esses recursos estão ajudando profissionais em suas tomadas de decisão. O profissional do futuro deve estar sempre conectado às novas tecnologias para extrair o máximo delas, sabendo interpretar os insights recebidos em tempo real que ajudarão no planejamento de estratégias.
Habilidades interpessoais
A importância de habilidades interpessoais para os negócios só tem aumentado ao longo do tempo. E apesar de, nesse sentido, a tecnologia ainda ficar atrás da capacidade humana, muitos recursos estão ajudando a simplificar interações complexas, como negociações de vendas e compras, atendimento ao cliente e gestão de pessoas. Por esses motivos, na Economia Digital os profissionais que lidam com pessoas – equipe, clientes ou fornecedores – devem desenvolver duas habilidades: a capacidade de gerir ferramentas que ajudem nessas interações e as suas próprias habilidades intrapessoais.
Embora a tecnologia possa realizar muitas tarefas, substituindo algumas funções dos profissionais, ela também pode ajudar a ampliar habilidades humanas, tornando a força de trabalho mais produtiva. Ou seja, entre todas as competências do futuro na Economia Digital, é possível que a mais importante delas seja a flexibilidade para se adaptar às mudanças do mercado de trabalho.