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Novo estudo da IDC: Quando a Internet das coisas ditará o padrão em seu setor?

Segundo um novo estudo da IDC, a Internet das coisas (IoT) já terá se tornado um aspecto comum do setor de manufatura discreta em 2016.

Para Oliver Edinger, coordenador de IoT e Industry 4.0 da SAP na Alemanha, as coisas só estão começando.

No ano passado, a manufatura discreta foi o principal catalisador do crescimento da IoT. Um estudo recente da empresa de pesquisa de mercado IDC revelou que esses fabricantes foram os que mais investiram na integração de suas máquinas e outros ativos, sendo seguidos por varejistas, empresas de logística e organizações no setor de saúde. Como 2016 será o ano em que o número de empresas de manufatura que implementarão uma base para a IoT vai ultrapassar aquelas que não o fizeram, a IDC já está considerando esta tecnologia como “padrão”.

“A IoT logo ditará o padrão em seu setor?”

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“Compreensão sólida” da IoT na manufatura discreta

Oliver Edinger, diretor de IoT e Industry 4.0 da SAP na Alemanha, concorda que esse setor certamente atingiu uma “compreensão sólida” dessas inovações. Seja otimizando processos de manufatura, reduzindo sobras, implementando tamanhos de lotes em um, em produção em massa, monitorando o consumo de energia ou coletando dados sobre eficácia geral de equipamentos (OEE), a IoT dá aos fabricantes um modo mais eficiente de lidar com muitas tarefas comuns.

Porém, a IoT não começa e termina com o chão de fábrica. Em logística de depósito e transportes, as empresas de manufatura precisam ter peças de reposição e componentes disponíveis, bem como a capacidade de entregar produtos acabados aos clientes o mais rápido possível. “Antes de os caminhões subirem uma rampa de carga, as empresas precisam ter certeza de que os itens corretos estão prontos para o transporte a fim de evitar o desperdício de tempo de espera”, explica Edinger. “A transparência em relação ao que está indo para onde e quando – o horário real de chegada de um caminhão em uma zona de carga, por exemplo – é essencial.” Quando toda a cadeia de suprimentos e as empresas de entrega estão integradas, os clientes podem simplesmente consultar o dispositivo on-line preferido deles para descobrir quanto tempo vai demorar para receberem os itens solicitados.

Edinger acredita que esse tipo de interconectividade abrangente acabará sendo “crucial para garantir a satisfação do cliente”.  Ao mesmo tempo, ele está convencido de que o pico da inovação na IoT não será atingido até que as empresas comecem a oferecer produtos inteligentes, que os serviços comecem a ser otimizados constantemente com base nos dados dos produtos e que os clientes possam receber mais informações sobre as condições operacionais de seus produtos. Realinhar um modelo de negócios com a economia baseada em resultados – em que os clientes pagam por serviços, não produtos – muitas vezes também é impossível sem contar com a IoT.

Uma entre três empresas está sob a pressão de tecnologias disruptivas

As empresas de manufatura são um bom exemplo de como a IoT afeta não só os processos centrais, mas toda a organização. De fato, a IDC projeta que uma a cada três empresas enfrentará a pressão de concorrentes com mentalidade digital dentro dos próximos três anos. Embora as maneiras em que as tecnologias disruptivas vão evoluir sejam mais difíceis de prever, a IoT certamente terá um papel proeminente. No ano passado, por exemplo, quase 60% dos responsáveis por processos decisórios pesquisados pela IDC já estavam convencidos de que a IoT seria estrategicamente importante para as empresas, enquanto quase um em quatro acreditava em seu potencial significativo como agente de mudanças.

Os custos da IoT declinaram, mas o mergulho ainda não aconteceu

Como demonstra a “linha de tempo padrão” da IDC, nem todos os setores estão evoluindo no mesmo ritmo. Os bens de consumo representam o segundo setor em que se espera que o uso da IoT se torne algo comum, provavelmente nos próximos dois anos. No momento, os custos envolvidos na integração de produtos e consumidores ainda são elevados demais em muitos casos. “Não há motivo para vender um tênis “inteligente” por 130 EUR se a tecnologia para isso custa 10 EUR por ano”, explica Edinger em relação ao que os especialistas chamam de “curva de digressão de custo”. Aqui, acrescentar a funcionalidade da IoT a mais e mais produtos deixa o custo-benefício mais favorável. O declínio rápido no preço dos sensores já demonstrou o efeito da demanda significativa. “A grande queda nos custos envolvidos na Internet das coisas ainda está a caminho”, afirma Edinger.

Enquanto isso, o setor de varejo está ainda mais sensível a esses preços. “Como operam em um setor conhecido por suas estreitas margens de lucro, as empresas de varejo pensam mais do que duas vezes sobre onde investir”, diz Edinger. Muitos supermercados na França já passaram a usar rótulos de produto eletrônicos. Ao entrar em uma loja, os clientes podem acessar uma lista de compras digital desenvolvida para ajudá-los a encontrar itens e fornecer informações sobre ofertas especiais. Usando a triangulação (com base em um transmissor no carrinho de compras ou um app de smartphone, por exemplo), os varejistas podem coletar informações sobre onde os clientes estão, onde ficam mais tempo e os produtos que eles tendem a ignorar. Porém, quase todos esses projetos ainda são pilotos; daí a previsão da IDC de que a IoT não terá um uso difundido no setor de varejo até 2020.

Previsão de que a IoT ditará o padrão em serviços de saúde em 2020

Segundo a IDC, o setor de serviços de saúde também precisará de mais quatro anos antes que a maioria das empresas implemente a funcionalidade da IoT. Neste caso, porém, Edinger atribui isso menos a uma questão de custos e mais ao fato de que o setor está sujeito a uma considerável regulamentação. Cada uma das soluções tem de cumprir diversas leis locais e diretrizes. Por exemplo, a Alemanha tem sua própria legislação específica sobre produtos médicos, e a U.S. Food and Drug Administration (FDA) tem de aprovar todas as novas ofertas antes de serem lançadas no mercado. As inspeções correspondentes levam tempo, mas também estão mostrando a médicos e pacientes que a tecnologia da IoT faz sentido alinhada a indicações médicas específicas. “Usando apps de smartphone e uma plataforma da IoT, as pessoas que têm doenças crônicas podem monitorar seus sinais vitais e compartilhá-los com o médico”, revela Edinger. “Existe muito potencial em serviços de saúde personalizados e baseados em resultados.” Ao realizar um projeto correspondente para pacientes de diabetes na Alemanha, a SAP e a Roche mostraram que estão tomando o pulso da situação atual.

IDC Study: In the manufacturing industry, the Internet of Things will already begin to go mainstream this year. Fonte: IDC, 2016

Você também pode encontrar informações adicionais sobre o estudo em The Digitalist.

Imagem superior via Shutterstock