A Internet das coisas (IoT) não é mais um evento ocorrendo em um lugar muito distante. Ela está acontecendo aqui e agora. Ela pode estar em seu bolso, em seu pulso, em suas roupas – e, quem sabe, pode até estar te ajudando a dirigir o carro.
Na verdade, a IoT está se desenvolvendo tão rápido que já estamos na terceira onda, de acordo com um painel de especialistas que avaliaram a questão durante um recente episódio da Internet of Things with Game-Changers, organizado pela SAP. Entretanto, uma dúvida intrigante surge quando se fala sobre essa terceira onda da IoT:
O que acontece com todos os dados que estão sendo coletados?
Lidando com a realidade da IoT
Gray Scott, futurista e fundador/CEO da seriouswonder.com acredita que essas dúvidas importantes a respeito da coleta de dados da IoT permanecem porque a tecnologia está se desenvolvendo de forma tão rápida que nós não aprendemos a lidar com ela.
“A coisa que mais está me preocupando no momento é fazer as pessoas entenderem que a Internet das coisas já está em suas vidas”, disse Scott. “Se olhar ao redor de sua casa, ou na televisão, geladeira ou outro aparelho doméstico – eles provavelmente já estarão conectados”.
E, uma vez que a IoT agora permeia nosso cotidiano, ela deve produzir resultados palpáveis para os consumidores e negócios, de acordo com JR Fuller da HP Enterprises.
“Ela não pode simplesmente pegar nossos dados e nos enviar mais anúncios, que é uma das maneiras dela se financiar”, disse Fuller. “Ela precisa nos dar algo. Ela precisa propiciar conveniência”.
Fazendo propaganda das conveniências da IoT
As conveniências da IoT, como uma geladeira que quebra e automaticamente solicita ao fabricante para enviar o serviço de reparos, precisam ser divulgadas nesse momento crítico, disse Ira Berk, vice-presidente de soluções de transformação digital da SAP. Fazer o uso apropriado de quantidades massivas de dados que a IoT gera também tem um papel crítico na divulgação dos benefícios.
“Pense sobre o que acontece quando você começa a misturar e comparar diferentes fontes de informação”, disse Berk. “Você começa a entender os dados globais que existem ao seu redor. Em sua casa, carro, meio ambiente, solo, transporte público, cidades e fábricas inteligentes. Quais perguntas que você jamais poderia se imaginar fazendo antes de ter esse poder de sintetizar as informações?
Gray Scott acredita que sintetizar as diferentes fontes de dados “é um continuum de tudo”, “sendo o tráfego em áreas urbanas um grande exemplo . Aplicativos como Waze e Google Maps ajudam motoristas a evitar o trânsito”.
“É uma realidade, esses aplicativos capturam alguns dados e literalmente reorganizam as nossas vidas mudando a direção que você toma com seu carro”, disse Scott. “Esse continuum se manterá crescendo a medida que avançamos no tempo”.
Vivendo em um mundo sem privacidade
Apesar das pessoas em geral não admitirem, vivemos em um mundo sem privacidade. Qualquer coisa que colocamos on-line se torna público e tudo o que pode ser hackeado, será. A pergunta é: o que fazemos com todos esses dados? É possível evoluir para um outro estágio da humanidade e não usar os dados somente para publicidade, mas para tornar as nossas vidas mais confortáveis?
“Eu acho que nós não nos importamos em abrir mão de algumas informações pessoais, se houver benefícios em troca”, disse JR Fuller. “É um momento interessante, principalmente para empresas com o potencial de agregar valor preenchendo essa lacuna e ajudando as empresas a obterem os benefícios já reconhecidos da IoT.”
Internet of Things with Game-Changers, organizada pela SAP, foi apresentada por Bonnie D. Graham. Ouça essa transmissão inteira aqui. Essa história surgiu originalmente no SAP Business Trends.
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