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Do aprendizado automatizado ao aprendizado corporativo: o que a inteligência artificial nos diz sobre o futuro dos negócios?

Por Dinesh Sharma

Segundo a teoria geral de sistemas, os sistemas adaptáveis são uma categoria especial de sistemas abertos que seguem em constante evolução. Eles constituem redes dinâmicas de agentes que interagem entre si e com seus ambientes. São exemplos de sistemas adaptáveis complexos as colônias de formigas e abelhas, o mercado de ações e ecossistemas biológicos, além de organizações humanas, como partidos políticos, empresas e cidades. Devido a sua capacidade de transformação, é impossível prever o comportamento de todo o sistema apenas analisando suas partes de modo isolado.

Então, o que acontece se imaginarmos a empresa como um organismo adaptável, e não como uma máquina estática? Podemos decidir de forma imediata o melhor curso de ação com base em um conjunto de estímulos, que está sempre mudando.

Por que as empresas não podem mais operar como se fossem máquinas

Na atual economia do conhecimento, nossa tendência é prever o desempenho dos negócios analisando componentes chave como vendas, finanças e RH. No entanto, essa análise seria exata somente se o universo corporativo fosse um sistema fechado, como era o caso anos atrás. Historicamente, projetávamos as empresas como se fossem máquinas. Construíamos o organograma dividindo grandes volumes de trabalho, separando-os em finanças, vendas, operações e assim por diante. Planejávamos os fluxos de trabalho para transformar os insumos em resultados: matéria prima em produtos; clientes potenciais em clientes efetivos, reclamações em soluções.

Esse tipo de empresa – a empresa setorizada – necessitava de funções separadas. Por sua vez, os executivos que tomavam as decisões nem sempre tinham uma noção do ambiente geral no qual trabalhavam. Com o tempo, eles se tornavam especialistas na execução de tarefas específicas, mas perdiam a visão do conjunto. Não estavam conectados com os clientes nem com o objetivo geral da organização. Pior ainda era a necessidade que surgia de políticas e procedimentos inflexíveis para que as pessoas operassem de modo eficiente sem atrapalhar o trabalho uma das outras.

Nesse caso, o problema era de escala. Com o aumento do número de colaboradores, a rentabilidade por colaborador encolhia. A eficiência de escala era compensada pelo aumento da burocracia, que gerava divisões desconectadas e custos indiretos que cresciam junto com a expansão da empresa.

No fim, a empresa chegava a um ponto em que os custos de controle dos negócios superavam os benefícios do crescimento recente. A empresa ficava tão dedicada às estruturas internas e ao organograma que perdia os clientes de vista.

A inteligência artificial capta todos os sentidos da empresa para prever e vencer 

Para competir, as empresas devem usar tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, para dar sentido ao volume de dados que cresce em escala exponencial. Essa abordagem viabiliza a comunicação bidirecional entre humanos e sistemas e a oportunidade de aproveitamento máximo das capacidades de baixo atrito.

As interações naturais que eliminam os aspectos desnecessários da nossa rotina diária de trabalho permitem aproveitar ao máximo as vantagens da hiperconectividade. Esses recursos simples facilitam o uso, exigem pouco treinamento e agilizam a obtenção de insights significativos. Essencialmente, a rígida máquina corporativa do passado foi transformada em um organismo ágil, ou seja, em uma empresa conectada.

Uma empresa conectada é um sistema complexo e adaptável que funciona mais como um organismo do que uma máquina. Ela contém uma rede distribuída de cérebros, olhos e ouvidos espalhados por toda parte, quer sejam esses órgãos os colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes ou ativos.

Quando você projeta uma conexão, projeta uma empresa operada por pessoas. Mas, acima de tudo, projeta pensando em agilidade, robustez, resiliência, produtividade e longevidade, sendo tudo isso características de um negócio vivo. Quando sua empresa responde a mudanças com dinamismo, ela aprende e se adapta em um ambiente incerto, ambíguo e em constante evolução, aprendendo continuamente à medida que avança.

Para mais informações sobre a economia digital e seu impacto, consulte o trabalho de pesquisa “Live Business: The Digitization of Everything” na Digitalist Magazine on-line.