>

O RH na economia digital: você está pronto?

Por Paula Jacomo

Nossa forma de trabalhar está mudando rapidamente na economia digital. Podemos observar que tarefas manuais estão sendo automatizadas, enquanto funções para a solução criativa de problemas estão explodindo. A existência de diferentes gerações está trazendo novas expectativas e demandas para o local de trabalho, que inclui o trabalho remoto em qualquer parte do mundo.

Além disso, os clientes estão interagindo com as empresas de novas maneiras, demandando assim experiências conjuntas e relacionamentos mais profundos. É fácil entender por que todas essas mudanças dinâmicas podem representar um desafio para qualquer empresa.

Agilidade da força de trabalho é a capacidade especial que as empresas devem ter para mudarem o rumo rapidamente e adaptaram-se em resposta a transformações no ambiente de trabalho. Por definição, companhias não são suas instalações, equipamentos, processos ou tecnologias que a empresa vende. Na essência, o valor das empresas está na importância que essas têm para o cliente.

Para continuar agregando valor à base de clientes, as companhias precisam sempre manter o foco na realidade dos clientes. As empresas compreendem muito bem o valor gerado pelos clientes e a manutenção de um negócio sustentável.

Há dois paradigmas nas empresas atuais: a abordagem “de dentro para fora” e a “de fora para dentro”. A primeira norteia-se pela crença de que forças e capacidades internas da organização trarão futuro sustentável. Por outro lado, a segunda orienta-se pela convicção de que a criação de valor do cliente é o caminho para o sucesso.

As organizações tornam-se mais ágeis quando adotam uma postura “de fora para dentro”. Elas criam soluções e identificam seu comportamento “de dentro para fora” e depois redirecionam o foco para o externo. Agora o grande desafio é como desenvolver e manter um cultura diária de comportamento “de fora para dentro”. Essa mudança cultural ou transformação exige prática e disciplina.

Várias áreas precisam ser consideradas no processo de transformação ágil. Além do foco no cliente, a estrutura da força de trabalho e sua administração também são fundamentais.

A estrutura de trabalho está relacionada à forma como o trabalho é realizado. Uma força de trabalho ágil precisa estar pronta para agregar valor de vários tipos de modelo de trabalho como home office, contratados, equipes temporárias, equipes globalizadas, etc. Muitas vezes um projeto exige trabalhar com contratados que não impregnados pela cultura da empresa e que podem apresentar novas perspectivas e até questionar o status quo. Em outros casos, pode acontecer de ter que manter os custos com uma força de trabalho que está distribuída em diferentes continentes e fusos horários.

A dinâmica de uma força de trabalho ágil e de um ambiente de trabalho flexível apresenta alguns desafios. Um deles é gerenciar ambientes de trabalho com menos regras, menos controle de comandos e, muitas vezes, com menos complexidade. Alguns gerentes e líderes afirmariam que seria possível obter facilmente benefícios dessa organização. Contudo, depois de convencidos, os gerentes e líderes podem esperar maior engajamento da força de trabalho, com mais diversidade, além da economia financeira e até mesmo dos benefícios de ambiente.

Do ponto de vista do trabalhador individual, ter flexibilidade é fundamental. Isso envolve a rápida aquisição de novos conjuntos de habilidades. Por esse motivo, as companhias têm a responsabilidade de desenvolver constantemente as habilidades dos trabalhadores, suprindo-os com as ferramentas necessárias para responderem melhor e com mais rapidez aos novos desafios dos negócios e à criação de valor.

Nesse novo contexto de local de trabalho ágil, as pessoas aptas para o trabalho precisam aprimorar continuamente suas habilidades, ser multitalentosas, multitarefas, flexíveis, dinâmicas, globais e locais – tudo a um só tempo. Em paralelo, as companhias precisam estar preparadas para gerenciar um novo conjunto de expectativas de sua força de trabalho. Pense nisto: se a vida útil de um celular é de 18 meses, por que uma pessoa deveria permanecer em média nove anos no mesmo departamento? Companhias ágeis e dinâmicas respondem com rapidez a mudanças de carreira, de departamento e, até mesmo a localizações geográficas, oportunidades temporárias de desenvolvimento de carreira e transformações organizacionais rápidas.

É notório que a agilidade da força de trabalho deixou se ser algo vantajoso. O que conta é a pressão da realidade que atinge empresas e trabalhadores e que veio para ficar. Você está pronto para a agilidade?

Paula Jacomo é diretora de RH, da América Latina, SAP

Tags: Economia DigitalSAP SuccessFactors