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Por que os humanos ainda são superiores aos robôs?

Judith Magyar

Já evoluímos muito em relação aos estilos de trabalho de controle e comando do passado. Atualmente, o sucesso no trabalho demanda colaboração e empatia.

De acordo com a Business Insider, os principais trabalhos do futuro estarão nas áreas de tecnologia e saúde. Em qualquer uma dessas, o sucesso exigirá empatia.

Imagine que você faz parte da equipe que desenvolve uma solução tecnológica que vai contribuir para o declínio de doenças contagiosas nos hospitais. Os centros de controle e prevenção de doenças estimam que dois milhões de pacientes contraem infecção hospitalar a cada ano e 99.000 vêm a falecer em consequência disso; então seu trabalho teria um enorme impacto.

Uma abordagem centrada no usuário

Para Daniel Duarte, chefe do centro de inovação e experiência do cliente da SAP Labs, América Latina, essa é uma tarefa real.

“Só em um hospital, a MGS tem 187 faxineiros. Um dos maiores desafios da empresa é monitorar o paradeiro da equipe e dos leitos. Com frequência os pacientes são levados de seus quartos em macas móveis para exames ou tratamentos no hospital. A equipe não sabe se ela passa por áreas que ainda não foram limpas naquele dia.”

Ele prossegue explicando que apesar dos rígidos padrões, em vários hospitais os procedimentos comuns de limpeza de leitos e quartos não eliminam bactérias. Micro-organismos altamente resistentes sobrevivem nas superfícies mesmo depois de serem limpos. A descoberta desses organismos exige teste de ATP, um processo de medição de micro-organismos vivos por meio da detecção de adenosina trifosfato ou ATP.

“Primeiro enviamos nossa equipe ao hospital para observar com cuidado a interação de faxineiros, administradores e equipes do hospital. A permanência no local ajuda os funcionários a desenvolver empatia com os usuários finais”, afirma Daniel. “Depois o hospital envia seu pessoal até nosso escritório para trabalharmos em conjunto e identificarmos a solução certa utilizando técnicas de abordagem de problemas”.

Em função disso criamos um app, ainda em fase de protótipo, que é executado no SAP HANA Cloud Platform. Leitos, crachás e outros objetos são identificados com balizadores que monitoram a condição de quartos, equipes e recursos. Os faxineiros são equipados com dispositivos ATP Clean Trace que coletam amostras das superfícies no processo de limpeza e medem o nível de bactérias e micro-organismos. A inspeção não é simplesmente uma verificação visual e os pacientes ficam menos expostos a bactérias que causam infecções.

Um bom projeto demanda empatia, o que significa ter capacidade para entender e reagir a sentimentos e experiências de outras pessoas. Empatia é o cerne da abordagem de problemas (Design Thinking), um processo de desenvolvimento que se baseia no princípio de que para criar inovações significativas é necessário que você conheça e se preocupe com o impacto que seus produtos e soluções terão sobre a vida das pessoas. Isso é o que de fato gera mudanças.

Como o Índice de empatia de 2016 demonstra, a empatia é mais importante do que nunca para o sucesso no mundo dos negócios. Ela está diretamente relacionada ao crescimento, produtividade e ganhos por funcionário. O relatório classifica a empatia com base nas seguintes categorias: ética, liderança, cultura da empresa, percepção da marca e mensagem pública por meio das mídias sociais.

Acima de tudo, a cultura da empresa é delineada pelo modo de atuação das pessoas no trabalho e na forma como elas interagem com os clientes. Na SAP, a colaboração sempre foi fundamental no modelo de trabalho, e métodos ágeis e abordagens de problemas foram introduzidos na última década para solidificar a mentalidade de colaboração.

“Atualmente, clientes como Daimler em parceria com a SAP nos projetos de abordagem dos problemas, estão mudando a cultura de suas empresas ao longo do tempo. A Mercedes-AMG, por exemplo, pediu que a SAP a ajudasse a repensar seu processo de planejamento de fabricação de carros utilizando a abordagem de problemas”, afirma Andreas Hauser, vice-presidente sênior e diretor global da organização SAP AppHaus.

Um dos principais objetivos dessa equipe é conectar especialistas em TI, experts em negócios e usuários finais para desenvolver soluções em conjunto. “No passado trabalhávamos com pilhas de documentações e especificações técnicas. Atualmente, trabalhamos com desenhos. Todas as pessoas entendem imagens. A compreensão é essencial, já que nossos clientes são tão complexos quanto nós! Juntos, observamos as pessoas que vão usar as soluções. Sejam eles médicos ou motoristas de caminhão; eles nos mantêm no rumo”, explica Hauser.

Projetos de coinovação como esses e muitos outros orientados pelas equipes da SAP em todo o mundo dependem muito do envio de pessoas ao local para observar as pessoas executando suas tarefas e essa ainda é uma habilidade que nenhum robô adquiriu.

Portanto, seja qual for seu trabalho hoje ou amanhã, a mentalidade de colaboração e profunda empatia com os clientes sem dúvida o ajudarão a manter a superioridade sobre homem ou máquina.

Siga Judith no Twitter em @magyarj.