Os ministros do Meio Ambiente do G7 – grupo de potências econômicas formado por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão – se reuniram no último fim de semana para discutir o impacto da decisão dos Estados Unidos de não participar do acordo de Paris sobre o combate às mudanças climáticas. Essa decisão quebrou a unidade do G7 pela primeira vez em sua história e reacendeu as discussões sobre o papel dos líderes em relação a esse assunto.
O impacto ambiental das mudanças climáticas é algo impossível de ignorar. Se nada for feito para enfrentar esse desafio global e urgente, as previsões são dramáticas: crise econômica global, conflitos violentos, pobreza extrema, extinção de espécies e desastres naturais são apenas o começo.
Mas enquanto os grandes líderes globais trabalham para definir as melhores medidas, empresas de diferentes portes e setores em todo o mundo estão adotando tecnologias e se tornando protagonistas na mudança de curso desse cenário. Confira algumas tecnologias inovadoras e criativas que estão sendo usadas para enfrentar as mudanças climáticas.
Big Data
A análise de grandes quantidades de dados pode trazer informações valiosas sobre padrões de comportamento humano e riscos climáticos, que podem ajudar no desenvolvimento de estratégias preventivas e ações corretivas. As informações coletadas com o uso de Big Data podem influenciar a tomada de decisões a nível global nos setores privados, incentivando as empresas a adotar iniciativas e assumir sua responsabilidade nesse cenário.
Em 2014, a ONU lançou o Big Data Climate Challenge, uma competição global para estimular o uso de dados para resolução dos problemas climáticos. Em 2017, a Organização está realizando o Data for Climate Action, um desafio aberto de inovação que busca utilizar Big Data para soluções climáticas.
Energia limpa
Provavelmente um dos melhores recursos para reduzir o impacto humano no clima são as fontes de energia limpa, aquelas que não liberam resíduos ou gases poluentes durante seu processo de produção, como energia das marés, eólica, solar, biogás e biocombustíveis. O maior desafio é desenvolver tecnologias inteligentes que facilitem o armazenamento e a transmissão da energia limpa depois de capturada.
De acordo com Ramez Naam, autor e especialista em tecnologias disruptivas e desafios ambientais, o uso de energia solar cresceu, em média, cerca de 35% a 40% anualmente nos últimos 20 anos. E esse tipo de energia limpa já é a mais barata encontradas nas partes ensolaradas do mundo.
Internet das coisas
O monitoramento e gerenciamento do nosso consumo de energia pode se tornar mais inteligente com a Internet das Coisas. Termostatos inteligentes, por exemplo, podem aprender com os padrões do usuário e analisar o clima local atual para ajustar a temperatura ambiente automaticamente, ajudando a economizar energia.
A IoT também pode ser aplicada em toda a cadeia de utilities, monitorando a rede de energia e água para informar sobre vazamentos e outros problemas, tornando possível a manutenção preventiva ou o reparo praticamente imediato. Já a aplicação de IoT na gestão do tráfego ajuda tanto na questão de mobilidade urbana quanto na redução do tempo dos carros nas ruas, e consequentemente, da quantidade de emissão de CO2.
Geoengenharia
Geoengenharia é um método controverso. Essa ciência estuda meios de manipulação do clima por meio da tecnologia de forma controlada, com o objetivo de reverter o aquecimento global com uma redução artificial da temperatura do planeta.
Muitos especialistas são contra o método, pois acreditam que ele tira o foco da verdadeira solução, que é a conscientização sobre a necessidade de reduzir nosso impacto ambiental, além de defenderem que seus resultados são imprevisíveis. Entre as soluções apresentadas pela Geoengenharia, temos:
- Gerenciamento da Radiação Solar (SRM) e melhoramento do albedo: instalação de megaespelhos na órbita terrestre para refletir de raios solares e aumento da refletividade das nuvens sobre a superfície da Terra, para refletir mais do calor do Sol de volta ao espaço.
- Biocarbono: queimar e enterrar biomassa para que o carbono fique preso no solo.
- Captura no ar ambiente: máquinas que podem remover o CO2 diretamente do ar e armazená-lo.
- Fertilização oceânica: estimular a produção de fitoplânctons, que absorvem CO2 da atmosfera.
Enquanto os cientistas trabalham para melhorar as opções existentes e encontrar novas formas de enfrentar as mudanças climáticas, é nosso dever encontrar no nosso dia a dia maneiras de colaborar e agir diante desse desafio global e urgente.