O mercado financeiro sempre foi visto como um setor conservador. Durante séculos as grandes instituições financeiras e bancos cresceram por meio de um modelo altamente tradicionalista, burocrático e cauteloso. Sim, trabalhar com dinheiro sempre foi uma função delicada, que requer discrição, segurança e transparência entre os envolvidos.
Mas hoje, o consumidor deseja mais dos bancos e seguradoras. Além de tudo o que já tinha, ele também quer agilidade, flexibilidade, simplicidade, comodidade e dinamismo. A Economia Digital trouxe um novo desafio para as instituições financeiras. A tecnologia ajudou a criar essa nova demanda: desde o internet banking, os clientes dos bancos tradicionais se deram conta que cuidar do seu dinheiro poderia ser uma tarefa menos complexa. Essa mesma tecnologia também se tornou a chave para o mundo financeiro abrir novas portas:
Fintechs
Atualmente, as Fintechs, empresas de serviços financeiros que focam na tecnologia para oferecer produtos e serviços inovadores, já conquistaram boa parte do mercado. Falamos bastante sobre elas neste artigo. De 2008 a 2015, o investimento mundial em iniciativas Fintech cresceu mais de 22 vezes, e só no primeiro trimestre de 2016, o investimento em Fintechs superou os U$ 5,3 bilhões.
Crowdfunding
As plataformas de financiamentos coletivos são um grande exemplo de como a sociedade da Era Digital abraçou a economia compartilhada. O crowdfunding se tornou uma importante fonte de financiamento para pessoas físicas e até mesmo para empresas em crescimento acelerado e startups.
Carteiras e dinheiro digitais
Este mês, a Câmara dos Deputados se reuniu para discutir o Projeto de Lei 48/2015, que propõe acabar com a produção, circulação e uso do dinheiro em espécie e permitir apenas transações financeiras por meios digitais. A proposta defende que trocar o dinheiro em papel por meios de pagamento digitais, como cartões, carteiras eletrônicas, transferências móveis e moedas virtuais, pode gerar grandes impactos positivos para a economia, nas relações de consumo e nas relações internacionais do Brasil.
Os recordes históricos de valorização do Bitcoin, moeda digital mais famosa do mercado, que chegou a valer US$ 2,4 mil em maio deste ano, são uma resposta à nova demanda que está surgindo e reforçam que cada vez mais o dinheiro será menos material.
Blockchain
A tecnologia Blockchain é a base para o funcionamento de moedas digitais, como o Bitcoin, e seu potencial é enorme. Com essa tecnologia é possível reduzir o papel de intermediários durante transações, acelerando processos e reduzindo custos. Além de ser extremamente confiável para a indústria financeira, pois distribui a informação entre milhares de dispositivos, reduzindo os riscos de possíveis fraudes, o Blockchain também pode ser utilizado para estabelecer a propriedade de informações e objetos.
Robôs investidores
Diferentemente do que muitos pensam, os robôs não vieram para roubar empregos. Na verdade, eles estão automatizando tarefas repetitivas e maçantes, como o uso de métricas e históricos de dados para realizar diferentes simulações, ajudando assim a liberar recursos e tempo para que os especialistas tomem as melhores decisões.
Cibersegurança
Todas essas transformações trouxeram consigo um novo desafio: a segurança de dados. Uma vez que os recursos estão se tornando digitais, a cibersegurança se tornou uma prioridade. Existe uma forte tendência de crescimento para o mercado de serviços e produtos voltados para a segurança de dados.
Com esse novo cenário, as instituições têm duas escolhas: continuar apostando em um modelo conservador que está sendo esquecido (para não dizer evitado) pelos clientes, ou investir em tecnologia e inovação para reinventar as finanças e prosperar na Economia Digital.
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