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Poderia a Inteligência Artificial criar e contar histórias melhor do que os humanos?

As possibilidades de aplicação da Inteligência Artificial nos surpreendem a todo momento. Seja no setor de varejo, na indústria de manufatura e até na área da saúde, a IA está automatizando tarefas repetitivas e processos tediosos para aumentar a produtividade e ajudar os gestores a obterem mais tempo para se dedicar a funções mais cognitivas. No entanto, a última aplicação que chamou a atenção da mídia tem relação com o potencial criativo da IA.

O final da saga Game of Thrones

Com o final da sétima temporada de Game of Thrones em agosto, os fãs da série já começaram a criar suas teorias sobre o que está por vir. Mas o engenheiro americano Zack Thoutt foi além e desenvolveu uma ferramenta com base em redes neurais e Inteligência Artificial para escrever o final da saga.

Utilizando IA e Machine Learning, o software foi capaz de analisar enormes quantidades de argumentos de dados – neste caso a inteligência foi alimentada com 5.376 páginas já escritas por George R. R. Martin ao longo de seus cinco livros – e aprender com essas informações, gerando novos dados, ou o que seria a continuação da história.

Segundo Zack, o algoritmo já teria escrito cinco capítulos apenas com base na obra original, e mesmo sem ter acesso a informações externas, como fóruns de discussão e redes sociais, esses capítulos confirmariam diversas teorias especuladas pelos fãs da série.

Roteiro de filme finalista de festival de cinema

Em 2016, o cineasta Oscar Sharp e o pesquisador Ross Goodwin criaram, com a ajuda de um programa de Inteligência Artificial que se autodenominou Benjamin, o roteiro do curta de ficção científica “Sunspring”.

Após alguns ajustes e adaptações da obra criada pela rede neural, o cineasta escreveu o roteiro no festival de cinema anual Sci-Fi London. A obra conta até com uma canção original composta por Benjamin, criada após a IA estudar uma biblioteca de 30 mil músicas pop.

O roteiro foi selecionado entre os dez finalistas do festival após ter concorrido com centenas de inscritos.

Scheherazade, IA que cria histórias por crowdsourcing

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia criaram uma Inteligência Artificial, batizada de Scheherazade (referência ao livro As Mil e Uma Noites), capaz de criar histórias originais. O grande diferencial dessa IA é que ela cria a narrativa por meio de um jogo de escolhas com o leitor.

A ideia é desenvolver a história por meio de crowdsourcing. Assim como jogos em livros infanto-juvenis, em determinados momentos da narrativa o leitor deve decidir que caminho tomar, qual decisão o personagem vai escolher, etc., e de acordo com a sua escolha ele prossegue para uma página determinada. No caso, a IA segue a história com base nas escolhas do leitor.

Apesar de conseguir criar uma narrativa inteligente, com sentido, com começo, meio e fim aceitáveis, as obras criadas por meio de aplicações de Inteligência Artificial ainda têm “falhas” do ponto de vista artístico. Para alguns especialistas, é uma questão de tempo até que a IA aprenda e desenvolva uma capacidade de storytelling melhor do que a nossa. Se isso acontecer, a grande questão é: como isso poderá beneficiar o nosso futuro? Compartilhe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais da SAP: Facebook / Twitter.