A aceleração da transformação digital foi uma das tendências mais marcantes da pandemia em todo o mundo. Nunca os líderes estiveram tão inseridos neste assunto como agora, o que evidencia o papel cada vez mais importante que parceiros e consultores especializados terão em seus negócios nos próximos anos. E não se engane: transformação digital não é apenas ir para a nuvem: as empresas querem entender como inovar de forma mais rápida para aumentar a agilidade e resiliência.
Mas como essa transformação se dá na prática, e quais os desafios que os empresários enfrentam nessa migração? Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, bateu um papo sobre a aceleração da transformação digital com Scott Russell, membro do conselho executivo global da SAP. Confira:
Adriana Aroulho: Os empresários ainda estão tão empenhados na transformação digital como antes da pandemia?
Scott Russell: Os empresários nunca estiveram tão empenhados em programas de transformação digital como temos visto agora. Nos últimos 18 meses, o mundo entrou num estado de hiper digitalização, uma vez que o trabalho remoto, a resiliência da cadeia de fornecimento e a cibersegurança impulsionaram o mercado corporativo. O que seria feito em termos de transformação digital nos próximo dez anos aconteceu em apenas um. Por isso, até mesmo empresas mais relutantes mudaram sua mentalidade, enquanto outras avançaram com as suas linhas de tempo digitais e aceleraram o desenvolvimento de novos produtos. Contudo, agora que a transformação digital se tornou uma linha de base para as operações comerciais modernas, os empresários enfrentam alguns desafios em comum: como tornar as suas cadeias de fornecimento mais robustas? De que maneira podem melhorar a qualidade dos seus produtos? Como encontrar os melhores talentos? Qual o melhor caminho para otimizar a experiência dos seus clientes? Essas são algumas das principais perguntas que ajudamos nossos clientes a responderem.
Adriana: Qual tipo de apoio os empresários precisam agora no sentido de incrementar o processo de transformação digital?
Scott: Agora, mais do que nunca, os empresários dependem dos parceiros que vão desafiá-los nas suas etapas de transformação. Um fornecedor de tecnologia, por exemplo, não deve simplesmente entregar software, desejar boa sorte ao cliente e ir embora. As relações comerciais são um compromisso vitalício, uma vez que o sucesso do cliente é o seu também. Hoje em dia, os empresários estão obcecados com a nuvem e com o que ela pode fazer pelos seus negócios. Como resultado, buscamos adaptar nosso modelo para ser aquela fonte de orientação que aumente os negócios, independentemente do orçamento.
Adriana: Isso vale tanto para as PME como para os grandes empresários?
Scott: Todas as empresas querem ter sucesso em seus setores por meio de maior competitividade e servindo os clientes com o melhor que podem. Isto aplica-se desde os novos operadores do mercado até às grandes empresas. Mas em conversas com os nossos próprios clientes, buscamos sempre uma abordagem orientada para cada um dos casos. Gostamos de perguntar: em que processo está a transformação digital em sua empresa? Quais são os desafios específicos enfrentados pela sua indústria? E, para uma PME, quais são as suas áreas de crescimento? Notamos que as PMEs confiam no nosso ecossistema de parceiros para ajudar a impulsionar suas iniciativas digitais. Podemos oferecer um ecossistema forte com parceiros que apoiam as nossas ambições de criar resultados relevantes.
Adriana: Que tipo de novos modelos de negócio e fluxos de receitas são esperados pelas empresas que se voltam para a nuvem? Por que esta mudança é mais do que uma mudança de infraestrutura?
Scott: Muitas empresas pensam que a transformação digital acontecerá apenas pela realização de uma migração técnica ou pela compra de novas tecnologias. Percebemos que os nossos clientes nos pedem uma capacidade de inovação mais rápida, que os tornem mais ágeis e resilientes. Quando vão para nuvens, as organizações são mais capazes de se modernizarem e, com isso, aceleram seus processos de transformação digital – o que leva a um aumento nos fluxos de receita.
Adriana: Se cada empresa se mudar para a nuvem, como poderão se diferenciar dos seus concorrentes?
Scott: Embora todas as empresas possam adotar a nuvem, certamente não o farão da mesma maneira. A forma como uma empresa utiliza ou adotam a nuvem pode, ela própria, ser um diferencial importante. É necessário analisar caso a caso e entender as preocupações de segurança, a complexidade das arquiteturas existentes, os fornecedores, a capacidade de investimento, as obrigações contratuais, amortizações e outros pontos. Para manter essa vantagem competitiva, uma empresa deve associar-se a um fornecedor que vá além de simplesmente oferecer software como um serviço. É necessário oferecer uma transformação do negócio que elimine as barreiras mais comuns às nuvens. Por meio do RISE with SAP, podemos agora guiar os clientes nessa transformação, seja qual for o seu ponto de partida.
Adriana: Há exemplos de clientes que abraçaram a transformação digital e estão revolucionando seus negócios graças a ela?
Scott: No Brasil nós temos trabalhado muito próximos do Carrefour para modernizar a arquitetura de TI. Como acontece em outras multinacionais de sucesso, são os dados que sustentam a estratégia e as operações do Carrefour, que colocou o SAP S/4HANA Cloud no centro da sua nova estratégia de dados. O objetivo é mais do que simplesmente ganhar desempenho e velocidade nas transações: é ganhar flexibilidade, se adaptar mais rapidamente a um ambiente que muda a todo instante. Essa capacidade de adaptação é vital para as empresas continuarem competitivas no mundo altamente conectado e dinâmico em que vivemos hoje.
Adriana: Quer acrescentar outros pontos?
Scott: Em última análise, agora que a pandemia colocou a transformação digital firmemente na agenda empresarial, os líderes precisam decidir como irão utilizar as soluções digitais para manter e criar uma vantagem competitiva durante os próximos anos. Este é um desafio que é relevante para todos os mercados, sejam varejistas ou instituições financeiras. Mais do que nunca, terão de se apoiar em parceiros comerciais e consultores especializados para compreender o que os próximos passos implicam para o volume de dados à sua disposição. Além disso, devem compreender como podem implementar melhor a nuvem híbrida para obter resultados comerciais favoráveis. Seguindo essa linha, é possível enfrentar com maior resiliência os desafios do futuro.