Por: Timo Schuette, Vice-Presidente Global da SAP Product Learning CoE na SAP.
Líderes em todo o mundo enfrentaram desafios difíceis no primeiro semestre, do escrutínio do orçamento em meio à recessão até o cenário em rápida mudança de IA e tecnologia, ao mesmo tempo que tentam fazer o melhor para seus funcionários, conforme a “Grande Debandada” se transforma na “Grande Permanência”. Mesmo os executivos mais tradicionais têm percebido que, para prosperar no atual ambiente de negócios, as empresas devem examinar seus departamentos e implementar as mudanças estratégicas para fortalecer seu futuro e, ainda mais importante, apoiar a força de trabalho que o fomenta por meio da inovação em todos os níveis da organização.
Porém, esse é um grande desafio e, conforme os líderes buscam novas iniciativas para adaptação, low-code/no-code se destaca como uma solução promissora. Abordar a lacuna de habilidades técnicas abrangentes, incluindo funcionários não técnicos no processo de desenvolvimento e implementação? Confere. Identificar um modo acessível de aproveitar habilidades únicas dos funcionários e integrar membros em funções entre equipes? Confere. Pensar de uma nova maneira sobre habilidades técnicas, liberando quem atua em funções tradicionais de desenvolvimento para se concentrar em criatividade e inovação, mais do que na execução? Confere.
Se você está pensando em como seria low-code/no-code no local de trabalho, aqui estão algumas considerações importantes para ter em mente, e erros a evitar, ao integrar desenvolvedores cidadãos em sua força de trabalho para criar um departamento de TI mais inovador.
Os desenvolvedores cidadãos não são desenvolvedores “júnior”. Eles têm um conjunto único de habilidades
Os desenvolvedores cidadãos, funcionários que usam estratégias para criar novos aplicativos empresariais ou alterar os existentes sem envolver os departamentos de TI, muitas vezes têm históricos não tradicionais, trabalhando em funções como atendimento ao cliente, Recursos Humanos e gestão de projetos, trazendo uma nova onda de perspectivas e ideias para o setor técnico e de serviços. Embora muitas pessoas possam considerar os desenvolvedores cidadãos como desenvolvedores “júnior”, isso não poderia estar mais longe da verdade. Como os desenvolvedores cidadãos estão conectados a outras partes da empresa, eles podem trazer informações e simplificar processos em que os desenvolvedores não estão envolvidos isoladamente. Além disso, os desenvolvedores cidadãos não devem ser considerados como substituição um a um dos desenvolvedores. Embora possam otimizar funções empresariais específicas, eles não cobrem lacunas técnicas na força de trabalho.
Aproveitar esses talentos únicos traz enormes benefícios para toda a equipe: reduz a pressão sobre os desenvolvedores ao diminuir a lacuna de habilidades, abre o caminho para novas ideias e estratégias inovadoras, e traz perspectivas novas e diversas ao setor de TI em que normalmente há falta de diversidade. Reconhecer os benefícios do conjunto de habilidades não tradicionais deles é crucial para colher os benefícios da implementação do low-code/no-code na força de trabalho, pois combina uma visão única das necessidades empresariais, criatividade e habilidades de codificação para impulsionar a inovação.
A IA generativa vai fomentar as funções do desenvolvedor profissional e cidadão, levando ao aumento da inovação
A pesquisa da Gartner revela que 61% das organizações já implementaram projetos de desenvolvimento de cidadãos ou planejam fazer isso. Essa é uma ótima notícia, pois a lacuna de habilidades continua a aumentar sem que haja um número equivalente de novos profissionais para suprir as vagas, e os desenvolvedores cidadãos são a solução natural para qualquer departamento. Porém, conforme mais organizações se sentirem à vontade com essas mudanças, elas também precisarão passar pela evolução rápida da IA generativa, que vai acelerar o progresso tanto para os desenvolvedores cidadãos, quanto para os profissionais.
A IA generativa continua a evoluir, e isso torna a complexidade do código mais acessível. Nesse sentido, ela é uma ferramenta low-code. Os desenvolvedores cidadãos poderão aproveitar as plataformas de IA generativa para realizar iniciativas ainda mais complexas, o que vai liberar os cientistas de dados e de computação profundamente técnicos para se concentrarem em questões que exijam um entendimento aprofundado de como funcionam os sistemas. Com os desenvolvedores cidadãos flexibilizando suas capacidades e auxiliando as equipes de TI, e os desenvolvedores tradicionais concentrados em avanços estratégicos, as organizações certamente terão melhorias em produtividade e satisfação dos funcionários. Uma coisa é certa: as ferramentas low-code/no-code – como plataformas baseadas em princípios de design orientado por modelos, geração automática de código e programação visual – estão desencadeando mais inovação, capacitando a força de trabalho e ajudando a resolver a escassez de habilidades.
Qual é a melhor parte de low–code/no–code? As oportunidades são ilimitadas
As barreiras ao ensino e à integração low-code/no-code são relativamente poucas, e qualquer funcionário, de qualquer histórico – com educação formal ou não – pode iniciar com facilidade a jornada de codificação. Oferecer acesso a oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento, como treinamentos low-code/no-code, abre novas oportunidades de carreira para a força de trabalho atual, incentivando os funcionários a aproveitar seu interesse pessoal em aprender habilidades de desenvolvedor e, ao mesmo tempo, assumir uma função mais abrangente na organização. Quando os funcionários sentem que o interesse em expandir sua função e em aprender novas áreas empresariais está sendo ouvido, eles também demonstram um senso maior de realização e de interesse no trabalho, o que leva a uma taxa mais alta de retenção de funcionários.
Pode parecer intimidador iniciar a jornada de priorizar novas oportunidades de aprendizagem e treinamento, mas os benefícios são ilimitados. No SAP Builder Day que realizamos recentemente, participantes interessados de vários setores puderam aprender o conceito de desenvolvimento de software low-code por meio de experiência prática. Os participantes criaram processos completos, de ponta a ponta, que foram integrados ao SAP S/4HANA, usando todo o portfólio SAP Build, SAP Build Apps, Build Process Automation e Build Work Zone. Por meio desse programa, dezenas de funcionários puderam expandir seus conhecimentos técnicos e se aprofundar no mundo do low-code/no-code.
Para começar a implementar estratégias de low-code/no-code em seu departamento, pense na possibilidade de aproveitar o treinamento para todos os níveis – de iniciantes a avançados – e reservar um tempo em horário de trabalho para os interessados em aprender. A ênfase nessa oportunidade, na aprendizagem e no desenvolvimento de seus funcionários certamente terá um impacto sobre as equipes.
O futuro da TI está mudando depressa, mas brilha intensamente
À medida que a tecnologia continua a evoluir, é essencial que as equipes de TI estejam equipadas adequadamente para se desenvolverem. Com low-code/no-code e a ascensão do desenvolvedor cidadão, existem oportunidades ilimitadas para o que a força de trabalho técnica pode realizar, com funcionários com históricos diversificados preparados para se envolver na transformação digital em todo o setor. A integração de desenvolvedores cidadãos às suas equipes não só permitirá que sua organização diversifique sua força de trabalho, mas também poderá criar inovações em sua estratégia e lidar com o burnout e o estresse dos desenvolvedores que não conseguem acompanhar a crescente lacuna de habilidades.
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