Um estudo da Economist Intelligence Unit revela esperanças, prioridades estratégicas e receios de mais de 4000 executivos e gestores seniores.
Lisboa — A vida afigura-se difícil e cada vez mais dura para os líderes de negócios, nos próximos cinco anos. Esta é uma das conclusões do programa de investigação da Economist Intelligence Unit (EIU), patrocinado pela SAP AG, baseado em entrevistas com 4.000 executivos de empresas e gestores do sector público de 23 das principais economias mundiais. De acordo com a maioria das respostas, a sobrevivência numa economia global muito competitiva dependerá, primordialmente, da adaptação dos modelos de negócio, ou seja, do modo como as organizações operam e não tanto do que fazem.
Em todo o mundo, mais de 60% dos inquiridos concorda que a dimensão vai importar nos próximos cinco anos, citando a consolidação como a maior ameaça competitiva, em lugar dos novos agentes vindos de mercados emergentes em 2010. Além disso, a capacidade de adaptação rápida à mudança foi destacada como o grande desafio de gestão para 33% dos inquiridos e ficou no topo dos três principais desafios para 68% dos respondentes. Para enfrentar este desafio, 54% pensa que a flexibilidade de rapidamente implementar novas formas de fazer negócio é mais importante que o lançamento de novos produtos ou serviços. Paralelamente, os gestores esperam que os clientes, accionistas e colaboradores exerçam uma ainda maior e mais forte exigência à sua organização.
“Para competir com sucesso em 2010, as organizações necessitam de assimilar características como a flexibilidade, a abertura, a colaboração e a velocidade,” disse Henning Kagermann, presidente e CEO da SAP AG. “À medida que se concentram nos seus negócios, estarão cada vez mais dependentes de uma rede integrada de parceiros e fornecedores para irem ao encontro das exigências de flexibilidade e conveniência apresentadas pelos clientes. Neste ambiente, é essencial que o ecossistema seja ajustado para permitir implementações céleres de novos modelos de negócio que conduzam a uma vantagem competitiva sustentável.”
“O ritmo da globalização e da mudança tecnológica estão a levar à rapidez na inovação,” afirmou Daniel Franklin, director editorial da Economist Intelligence Unit. “Acrescente-se a tendência generalizada, no mundo, para a liberalização dos mercados e tornar-se-á claro que o ritmo da mudança, nos próximos anos, será implacável. Os executivos e gestores estão conscientes de que o relógio não vai parar – vai andar ainda mais rápido.”
“O estudo demonstra que a forma como as empresas utilizam as tecnologias de informação vai levar, ou não, à sua capacidade para adquirir os atributos de flexibilidade, abertura, colaboração e velocidade, e à sua capacidade para mudarem a forma de trabalhar,” disse Denis McCauley, director do Global Technology Research, Economist Intelligence Unit. “Os executivos parecem acreditar novamente no poder da tecnologia para a indução de mudanças nos negócios.”
“As previsões das TI se tornarem numa commodity são prematuras,” disse Erik Brynjolfsson, Professor de Gestão na MIT Sloan School e Director do MIT Center for eBusiness. “Nos próximos cinco anos, para se atingir uma maior vantagem competitiva, vamos ser testemunhas de mais inovação com o recurso às TI, do que alguma vez se verificou no passado. O novo estudo da EUI e da SAP, a quatro mil gestores, vai ao encontro das nossas próprias pesquisas no Centro de eBusiness do MIT, destacando o crescente papel das TI na criação de novos modelos de negócio e na orientação das atenções para o cliente. À medida que os dados e a informática se tornam cada vez mais baratos, aumenta o potencial para a inovação permitido pelas TI.”
As conclusões chave do estudo são as seguintes:
- As empresas querem, e necessitam de, conhecer melhor os seus clientes. A identificação das mudanças no comportamento e necessidades dos clientes foi citada pelos inquiridos como a barreira mais significativa no sentido de uma inovação eficaz de produtos e serviços;
- As principais prioridades estratégicas são a adaptabilidade e a inovação. Para 33% dos inquiridos, a prioridade principal é a rápida adaptabilidade, enquanto 18% referiram a velocidade de inovação;
- A diversificação está out, a especialização está in. Três em cinco inquiridos indicam a consolidação como a ameaça número um; os restantes receiam os novos agentes vindos dos mercados emergentes. 60% das empresas centrarão as suas atenções na melhoria da actual oferta de produtos e serviços;
- As TI serão uma arma competitiva. Mais de 80% dos inquiridos consideraram as TI como fundamentais para as suas empresas darem resposta aos desafios que têm pela frente. Quase 60% encaram-nas como uma arma competitiva;
- A retenção de “cérebros” é uma preocupação. Quase 50% dos executivos afirma que a retenção de quadros é o principal desafio em termos de recursos humanos. A mesma percentagem receia a transferência de elementos chave para empresas concorrentes, vista como uma ameaça à integridade da propriedade intelectual;
- Os salários devem estar mais estreitamente ligados ao desempenho. De um modo transversal a todas as regiões, a esmagadora maioria dos respondentes concordou com uma ligação mais estreita entre salários e performance. Para 82%, o valor da marca estará cada vez mais ligado a uma boa gestão.
Estudo disponível gratuitamente em http://www.eiu.com/Business2010