88% dos executivos portugueses consideram necessário: uma política fiscal adequada ao desenvolvimento, a flexibilização da legislação laboral e um maior investimento português no estrangeiro.
59% dos executivos, considera que as medidas levadas a cabo pelo governo ao nível do plano tecnológico estão a contribuir, de alguma forma, para a inovação e modernização das empresas nacionais.
O sector do Turismo e Lazer é apontado como sendo o sector com maior potencial futuro.
Lisboa — O estudo “A Gestão Empresarial em Portugal em 2006”, apresentado hoje, foi encomendado pela Accenture, empresa global de consultoria de gestão, tecnologias de informação e outsourcing e pela SAP, fornecedor líder mundial em aplicações de software empresarial, à AESE – Escola de Direcção e Negócios, com o propósito de analisar as opiniões dos executivos das principais empresas portuguesas, sobre o panorama da gestão e competitividade nacional.
Este estudo visa fornecer “uma ferramenta indispensável para sentir o rumo que a gestão das empresas que actuam em Portugal irá tomar nos próximos anos”, frisa Manuel Dias Ferreira da AESE, coordenador do estudo.
Entre as suas principais conclusões, os dirigentes destacam a importância de uma política fiscal adequada ao desenvolvimento económico e a flexibilização da legislação laboral, como alguns dos objectivos que devem ser prioritários para o Governo e para Portugal, permitindo construir um mercado laboral português competitivo à escala da economia global.
De acordo com Jorge Alcobia, Partner da Accenture. “No que respeita à competitividade das Empresas portuguesas, é de realçar a identificação pelos empresários de temas como a necessidade de mais e melhor inovação, o reduzido investimento português no estrangeiro, em especial nos países do Centro e Leste Europeu (que recentemente aderiram à União Europeia) e a necessidade de alcançar um aumento da produtividade e da qualificação do pessoal.”
Mais de 50% das opiniões dos dirigentes das principais empresas que actuam em Portugal considera que os temas mais relevantes aos quais o Governo deve dar prioridade são, entre outros: a política fiscal adequada ao desenvolvimento económico, a flexibilização da legislação laboral, a efectiva reforma da administração pública, a modernização da justiça e incentivar fiscalmente a formação da força de trabalho. De acordo com os entrevistados, nos próximos 10 anos, os factores mais importantes para alcançar o êxito são a competitividade relativamente ao preço / custo, a melhoria da qualidade dos produtos / serviços e um posicionamento claro e diferenciado.
Ao nível do plano tecnológico, o estudo demonstra que 59% dos dirigentes, considera que as medidas levadas a cabo pelo governo estão a contribuir, de alguma forma, para a inovação e modernização das empresas nacionais. Neste sentido e de acordo com João Pissarra de Matos, responsável em Portugal e Director Comercial para as Grandes Empresas da SAP Iberia. “Torna-se essencial que as empresas e, em especial, o sector público se concentrem em perceber a importância das tecnologias de informação e dos sistemas de gestão empresarial como meios para enfrentar os desafios do mercado e para desenvolvimento de novos modelos de negócio.”
Os dados do estudo indicam que 40% dos dirigentes entrevistados consideram que a competitividade da economia portuguesa não se alterou; 32% afirmam que está mais competitiva, apontando as mudanças na mentalidade empresarial como a principal causa para esta melhoria e 27% considera que piorou, devido às medidas políticas e económicas em curso e à deslocalização das empresas.
O investimento português no estrangeiro foi um dos outros tópicos analisados no estudo, como um dos factores decisivos para o êxito empresarial, que demonstra ser insuficiente, em especial nos países do Centro e Leste Europeu, recentemente anexados à UE.
O relatório conclui ainda que o sector da economia portuguesa com mais futuro nos próximos anos será, segundo 61% das opiniões expressas, o do Turismo e Lazer. 34% dos responsáveis apontam este como aquele que mais emprego directo e indirecto criará e que maior crescimento económico gerará. Os sectores da Energia e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) surgem imediatamente atrás. Em contrapartida, 86% das opiniões apontam o sector dos Têxteis, Confecção e Calçado como aquele que mais regredirá nos próximos anos.
No estudo “A Gestão Empresarial em 2006”, 76% das empresas envolvidas têm maioria de capital português, 21% têm capital estrangeiro e apenas 4% capital misto. Quanto ao número de trabalhadores, 59% das empresas possui mais de 250, 19% possui entre 50 e 250, e 22% possui menos de 50 trabalhadores. No que diz respeito ao volume de facturação, 47% das empresas apresentam um volume superior a 100 milhões de euros, 21% apresentam entre 25 e 100 milhões, 25% apresentam entre 1 e 25 milhões e apenas 7% apresentam menos de 1 milhão de euros de facturação. As empresas que participaram no estudo representam a generalidade dos sectores da Economia Portuguesa.
O relatório hoje apresentado está baseado no inquérito realizado pelo IRCO – International Research Center on Organizations – do IESE Business School e pela Burson-Marsteller. O inquérito segue o modelo desenvolvido na J. K. Kellog Graduate School of Management da Northwestern University.
Metodologia
O estudo, elaborado durante o mês de Março de 2006, foi direccionado a um universo de 1.300 executivos das maiores empresas em Portugal, tendo obtido uma taxa de resposta de 15%. Dos dirigentes que responderam ao questionário, 36% são os principais responsáveis das suas empresas (Presidente, CEO, Director Geral, Gerente, Administrador-delegado…), 36% são administradores e os restantes 28% são directores de diferentes departamentos das empresas. Os dirigentes que responderam a este inquérito, fazem parte dos seguintes sectores de actividade: Agricultura, Produção Animal, Pesca, Indústria, Energia – Produção e Distribuição de Electricidade, Gás, Gasolina, Construção Civil e Obras públicas, Indústria Automóvel, Comércio, Transportes, Correios e Telecomunicações, Banca e Seguros e Serviços.
Sobre a Accenture
A Accenture é uma organização global na prestação de serviços de consultoria de gestão, tecnologia e outsourcing. Comprometida com a inovação, colabora com os clientes, ajudando-os a optimizar o seu desempenho. Com um profundo conhecimento dos vários sectores de actividade e dos respectivos processos, dispondo de recursos globais e de uma experiência comprovada, a Accenture consegue mobilizar pessoas, competências e tecnologias, com o fim de ajudar os clientes a melhorar a performance dos negócios. Informações adicionais em http://www.accenture.com
Sobre a AESE
A AESE, Escola de Direcção e Negócios fundada a 3 de Outubro de 1980, é uma iniciativa da Associação de Estudos Superiores de Empresa, instituição de utilidade pública, sem fins lucrativos, que se propõe dar formação específica em direcção e gestão de empresas, segundo uma perspectiva cristã do homem e da sociedade. A sua missão consiste em proporcionar um contributo duradouro para a Direcção de empresas e instituições, garantindo uma oportunidade de aprendizagem para executivos. A Escola conta com a colaboração científica permanente do IESE, uma das mais antigas Business School da Europa (1958), pertencente à Universidade de Navarra, e uma das primeiras do ranking mundial. Por ela já passaram duas dezenas de milhar de alunos, que hoje se destacam, pela sua excelência profissional, nos 70 países onde trabalham. http://www.aese.pt/