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Falhar na adaptação à hiperconetividade é o maior risco que as organizações enfrentam

De acordo com o estudo “Hyperconnected Organizations”, conduzido pelo The Economist Intelligence Unit (EIU) e apoiado pela SAP

  • A maioria (59%) dos executivos inquiridos no estudo conduzido pelo EIU concorda que falhar na adaptação à hiperconetividade é o maior risco a que as suas empresas estão expostas
  • Os executivos observam, todavia, o crescimento da interconetividade entre pessoas, organizações e objetos como uma influência positiva e acreditam na sua adaptação efetiva
  • Os especialistas alertam para a necessidade de uma mudança organizacional de forma “profunda” e “fundamental”, mas menos de um em cada cinco executivos espera uma reorganização “radical”

LisboaSeis em cada dez executivos concordam que falhar na adaptação à hiperconetividade – a crescente interconetividade entre pessoas, organizações e objetos – é o maior risco a que as suas organizações estão expostas atualmente.

Esta conclusão foi revelada no novo estudo “Hyperconnected Organizations”, desenvolvido pelo The Economist Intelligence Unit (EIU), com o apoio da SAP, que analisou a forma como as organizações se estão a adaptar ao impacto cumulativo da internet, da tecnologia mobile e da Internet of Things.

O estudo é baseado num inquérito global a 561 executivos de diversas indústrias. Segundo o mesmo, apesar de apresentar um risco bastante sério, os inquiridos vêem a hiperconetividade como uma força positiva e acreditam que a sua organização está a adaptar-se de forma efetiva.

Contudo, os esforços que as organizações têm feito para se adaptarem à hiperconetividade têm sido limitados. Por exemplo, menos de metade introduziu programas de formação na área de digital skills. Enquanto os especialistas entrevistados para o estudo avisam da necessidade de uma mudança organizacional “profunda” e “fundamental”, menos de um em cada cinco acredita que a sua organização terá de restruturar “radicalmente”, como resposta ao crescimento da hiperconetividade no futuro.

O estudo também apurou que há mais executivos a esperarem que a internet induza no seu negócio, nos próximos 3 a 5 anos, um impacto revolucionário superior ao da tecnologia mobile ou da Internet of Things. Isto sugere que os inquiridos esperam que o futuro impacto da hiperconetividade seja uma continuidade de uma tendência histórica, em oposição a mudanças novas ou mudanças sem precedentes.

De acordo com o estudo, apurou-se também que os executivos inquiridos sentem maior pressão competitiva por parte de empresas estabelecidas no uso de tecnologia digital que de start-ups digitais.

Segundo Pete Swabey, Senior Editor do The Economist Intelligence Unit, “os executivos apreciam claramente o crescimento da interconetividade na sociedade e que tal venha a ter implicações substanciais nas suas empresas. Todavia, é surpreendente que não revelem estar a tomar as medidas necessárias para se adaptarem à hiperconetividade”.

Principais conclusões do estudo:

A sociedade humana está a tornar-se cada vez mais interconetada, com o número de dispositivos conetados a aumentar em 30 vezes entre 2009 e 2020. Este acentuado aumento da interconetividade, resultante da Internet, da tecnologia mobile e da Internet of Things traduz-se no termo “hiperconetividade”. Não se trata de uma mera tendência tecnológica, mas de uma cultura que define a era em que vivemos e em que as empresas operam em pleno século XXI.

As organizações reconhecem que a adaptação à hiperconetividade é crucial para a sua sobrevivência. Quase seis em cada 10 inquiridos (59%) concordam com a afirmação que “falhar na adaptação à hiperconetividade é o maior risco que as suas organizações enfrentam”. Esta resposta é mais comum entre os retalhistas (68%) e estranhamente baixa nas empresas de bens de consumo (45%). Uma clara maioria dos inquiridos acredita que a hiperconetividade tem vindo a ser positiva para a sua organização (86%) e para a sua indústria (83%). Contudo, quase um terço concorda que “apresenta mais ameaças que oportunidades”. Esta visão é mais comum entre os retalhistas (44%) e as empresas da região Ásia-Pacífico (44%). As organizações, de forma geral, acreditam que estão a responder efetivamente ao desafio, com 69% dos inquiridos a concordar que a sua empresa “está a fazer um bom trabalho na adaptação à conetividade”. A indústria que apoia esta afirmação com menor expressão é o setor dos cuidados de saúde, com 65% dos inquiridos a concordarem.

A aceleração dos processos de negócio está a pressionar as empresas a automatizarem-se. A frase mais citada ao nível do impacto organizacional da hiperconetividade é a de que “os processos de negócio aceleraram”. Fornecedores de cuidados de saúde e fabricantes concordam particularmente com esta afirmação (em ambos os casos com 53%). As empresas de cuidados de saúde estão particularmente ansiosas em adotar processos de automatização de negócio (58%). No futuro, os inquiridos acreditam que a hiperconetividade vai tornar a sua organização mais ágil, mais inovadora e menos controlada centralmente, sendo a previsão mais citada a de “a capacidade de um controlo centralizado da gestão da organização será reduzida”, por 46% dos inquiridos.

Os métodos de trabalho e as competências (skills) necessárias estão a evoluir. Aproximadamente quatro em cada dez executivos dizem que a sua organização apostou na formação em digital skills (39%), refletindo a natureza de mudança no seu trabalho diário na era da hiperconetividade. Esta formação é particularmente comum entre os fabricantes (45%). A forma como o trabalho se organiza está também a mudar e 39% diz que “adotaram desenvolvimentos e/ou técnicas de gestão de projetos mais ágeis”. Esta proporção mais elevada ocorre entre as empresas tecnológicas e de Tecnologias de Informação (53%). A resposta menos comum é a necessidade de “designação de um Chief Digital Officer”, tendo sido escolhida por apenas 19% dos inquiridos, maioritariamente na área dos serviços financeiros (25%) e fabricantes (25%) e menos no sector dos cuidados de saúde (10%).

A resposta mais comum para o aumento da competitividade resultante da hiperconetividade é a entrada em novos mercados, tendo sido a resposta adotada por 47% dos executivos. Felizmente, para eles, a hiperconetividade fez também com que fosse mais fácil identificar novos mercados estratégicos para a entrada das empresas (41%). As organizações estão à procura de outras localizações geográficas para fornecedores, assim como para clientes, e 38% dos inquiridos reportam que a hiperconetividade melhorou a sua capacidade de trabalhar com fornecedores internacionais. Isto é particularmente relevante entre fabricantes (44%). Projetando o futuro, 45% dos inquiridos acredita que uma cadeia de abastecimento cada vez mais globalizada irá permitir-lhes reduzir os custos significativamente. De forma interessante, esta visão é amplamente defendida por 59% das empresas de cuidados de saúde (incluindo farmacêuticas e biotecnológicas).

A hiperconetividade está a levar a um movimento de personalização em massa. Metade dos executivos (50%) acredita que o contínuo crescimento da hiperconetividade irá significar que “produtos e serviços vão ser criados cada vez mais mediante as necessidades individuais dos clientes”. Surpreendentemente, esta visão é menos comum entre os retalhistas (36%) que noutras indústrias. A consequência mais comum da hiperconetividade para as relações com os clientes foi a de que “os canais digitais vieram permitir um contacto mais direto entre clientes e colaboradores” (39% dos inquiridos) – uma visão que está mais consolidada entre os retalhistas (50%). Em segundo lugar, surge a resposta “os clientes tipicamente analisam os comentários e críticas online ou no social media antes de realizarem uma compra” (38%). Quase metade das organizações inquiridas (48%) respondeu que em relação à hiperconetividade ao “realizarem esforços para melhorar a nossa visibilidade e reputação no social media trouxe melhorias para o nosso negócio”. Esta abordagem é particularmente popular entre as empresas de serviços financeiros (54%).

Download do estudo completo “Hyperconnected Organizations”, patrocinado pela SAP e conduzido pelo EIU, pode ser realizado na hiperligação aqui.